quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cresce o número de casos de malária em Cruzeiro do Sul


Até o dia 21 desse mês, foram registrados quase 1300 casos de malária só em Cruzeiro do Sul. Os recém-contratados agentes de endemias estão impedidos de atuar no trabalho de borrifação das residências, por falta de fardamento.

Na Região do Vale do Juruá a população ainda é castigada com a epidemia de malária. Não é muito difícil ouvir depoimentos de adultos e crianças, que já contraíram a doença por dez ou mais vezes e continuam sendo vítimas. O marceneiro José Maria Reis de Lima, morador no Bairro Aeroporto Velho, está se medicando contra a malária, doença que já contraiu 11 vezes. Apenas no terceiro dia de tratamento, ele já voltou ao trabalho, “não tem por quem esperar”, diz.

O micro-empresário José Maria Soares da Silva, que mora no mesmo Bairro, questiona o trabalho de prevenção à doença. “Só furar dedo e tomar pílula não acaba com a malária”, diz José Maria, que afirma que há muito tempo não recebe em casa, agentes de endemias para fazer o trabalho de borrifação. No mês passado (dezembro), foram computados em Cruzeiro do Sul, 1748 casos de malária. Até o dia 21 deste mês de janeiro, 1298 pessoas contraíram a doença. Durante todo ano de 2009 foram computados 14.567.

A gerente de endemias de Cruzeiro do Sul, Simone Daniel, explica que o mês de janeiro é um período sazonal, com as freqüentes chuvas existe uma maior proliferação do mosquito que transmite a malária. Ela diz que os trabalhos de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença estão sendo executados, e acrescenta que os mosquiteiros impregnados, que ainda estão sendo distribuídos têm contribuído com a prevenção da doença.

Mas os agentes de endemias contratados no mês de dezembro, estão impedidos de atuar no trabalho de borrifaçao intra-domiciliar, devido a falta de fardamentos. A gerencia de endemias alega que os novos agentes foram contratados no mês de dezembro, com isso, o pedido de fardamento não poderia ser antecipado sem a medida exata das roupas. Agora aguarda o prazo previsto para o processo de licitação, para a chegada do material.

Em Mâncio Lima o mês de janeiro deve fechar com 600 casos de malária, a mesma média de dezembro. Em Rodrigues Alves até agora, 218 pessoas foram infectadas. A gerência de endemias do município espera fechar com redução em relação a dezembro, quando foram contabilizados 294 casos.

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www.tribunadojurua.com - Genival Moura

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