terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Idalina questiona falta de acões preventivas contra dengue e malária

Preocupada com os numerosos casos de dengue registrados na capital do Estado e com inúmeros casos de malária que surgiram recentemente na região do Vale do Juruá, a deputado Idalina Onofre (PPS) pediu na tribuna, durante a sessão desta quarta-feira, 3, o combate intensivo contra os mosquitos transmissores dessas doenças.
De acordo com a parlamentar, há muito tempo ela vinha alertando na tribuna da Assembleia Legislativa para a epidemia de dengue que hoje assola o Estado, principalmente a capital, e disse estar preocupada com a falta de prevenção e de trabalho por parte dos agentes de endemias.
“Desde o ano passado que venho falando sobre os casos de dengue, mas ainda assim nada foi feito para amenizá-los ou ate mesmo evitá-los. A prefeitura está pedindo até ajuda das igrejas. Então, logo vemos que a situação está grave mesmo”.
Outro assunto abordado pela deputada foi com relação à proibição de retiros realizados pelas igrejas do Vale do Juruá. Segundo Idalina, os membros das igrejas terão que passar o período de carnaval na cidade. “Enquanto aqui na capital estão pedindo ajuda das igrejas para o combate à dengue, as igrejas do Vale do Juruá serão penalizadas no período de carnaval. A explicação que se dá para essa decisão é de que na zona rural, local onde são realizados os retiros, os focos de malária são grandes e as pessoas teriam uma grande chance de voltarem doentes de lá”.
A deputada criticou a ação dos agentes de endemias que, segundo ela, alegam ter como “trunfo” contra a malária mosquiteiros para proteger a população. “Eu sabia que os casos de malária iriam sair do controle. Li num jornal local que os agentes têm como trunfo mosquiteiros e que quando eles batem de porta em porta alertam a população para não pescar muito tarde, para tomar banho cedo. Estipular hora para um ribeirinho realizar sua pesca é brincadeira. Sempre disse que mosquiteiro é paliativo, não combate a malária. O que combate é ação dos agentes que foram expulsos com a promessa de que seriam contratados”.
A parlamentar disse ainda que a população do Vale do Juruá está em pânico uma vez que mais de 60 casos de malária são registrados por dia no hospital daquela região e muitos deles são de pessoas que residem no centro da cidade. “Estive no hospital de lá e constatei que tanto na zona rural, quanto na cidade de Cruzeiro do Sul, há muitos casos registrados da doença, diante desta realidade não podemos ficar de braços cruzados”.
Para concluir, a deputada falou do caso de um senhor residente do ramal III que foi acometido por malária e hepatite. Segundo a deputada, ele teria ido a Belo Horizonte realizar um tratamento de saúde e foi surpreendido pelo falecimento de sua mulher, ficando, então, desamparado e ainda mais debilitado por conta da doença, não sabendo a quem mais recorrer.
“Estou com o documento desse senhor nas mãos. Desde o falecimento de sua esposa que ele chegou até Rio Branco e vive da caridade de pessoas que o ajudam. Essa situação na qual ele se encontra muitas outras pessoas vivem também. Os hospitais estão cada vez mais cheios, a hepatite está inclusive diminuindo a quantidade de doadores de sangue no Vale do Juruá. Contudo isso afirmo que assim não dá para ficar. Não podemos ficar sem tomar providências, a hepatite, a dengue e a malária devem, sim, ter uma atenção especial, mais focada”.

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Texto: Mircléia Matos

Agencia Aleac

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